quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

A verdadeira responsabilidade cívica

Nunca na história brasileira a nação precisou tanto que os eleitores tenham a conscientização bastante amadurecida sobre a premência de mudanças que devem ser implantadas quanto à representação política, diante das reflexões possíveis sobre a necessidade de limpeza ética e moral com relação àqueles que aspiram exercer cargo público eletivo, não somente por quererem continuar satisfazendo seus objetivos políticos, em detrimento do interesse público, que sempre fica em segundo plano e nunca é lembrado enquanto há mandato. 
As próximas eleições precisam servir como precioso palco para que os eleitores possam mostrar a sua verdadeira inteligência de poder discernir entre o bom político e o mau, de modo a serem avaliadas as suas verdadeiras qualidades e condições para, enfim, satisfazer os requisitos pretendidos para o ideal representante político nos Poderes Executivo e Legislativo.
O próximo pleito eleitoral tem o condão de se permitir que haja real sentido de redemocratização do pensamento do eleitor, que tanto reclama de que os atuais representantes do povo não se harmonizam com a delegação dada nas urnas, que teria sido no sentido de produzir algo exclusivamente em defesa da sociedade, mas os fatos mostram que eles apenas souberam, com a maestria de sempre, trabalhar em defesa de suas causas, principalmente aqueles que foram denunciados na Justiça, que se esforçaram para a aprovação de medidas de blindagem contra a ação punitiva da lei e da Justiça.
A sociedade precisa cobrar dos eleitores acurado espírito político de ser, em termos de valorização do seu voto, da sua escolha, mostrando que mudança pretendida de moralização na representação política depende exclusivamente da vontade deles, que precisam melhor avaliar o caráter, a honestidade e as condições políticas dos eleitos, como forma de se evitar a continuidade daqueles manjados em promessas não cumpridas de trabalhar exclusivamente em defesa da população.
Espera-se que os eleitores, com base na experiência avivada no cotidiano, pelos muitíssimos exemplos de políticos que nada fizeram em prol da sociedade e do país, possam demonstrar seu desejo de mudança, colocando nas urnas o tão sonhado atestado de maturidade política, em que possa haver renovação na representação política, com a eliminação da velharia de caciques que se elege seguidamente, embora nada faça senão em defesa dos projetos políticos pessoais e quiçá partidários.
É lamentável que os pré-candidatos já apresentados à corrida presidencial representem, basicamente, as mesmas caras de sempre, sem novidade na ideologia que possa vislumbrar mudanças, em termos de modernização das práticas políticas, mas convém que se atribua maior importância nesse pleito eleitoral, no sentido de que a escolha do melhor não recaia naquele que nada contribuiu nem pensa em contribuir para tentar redefinir o futuro do Brasil, em termos de aperfeiçoamento e modernização das estruturas do Estado, tanto sacrificado quanto ao pensamento de progresso e desenvolvimento senão na defesa do arraigado populismo, com o apego às políticas assistencialistas, em completo detrimento das demais ações indispensáveis ao estímulo ao crescimento da nação.
Na verdade, é preciso que os eleitores tenham condições de se definirem pelo melhor caminho daqueles que se apresentam para a sociedade, quanto à preferência pelo já conhecido conforto das políticas com viés embusteiro do populismo vinculado aos currais eleitorais, sem muita preocupação com o desenvolvimento nacional, ou pela firmeza e convicção quanto à necessidade de se encarar a verdade sobre os fatos representados pelas ingentes mudanças e reformas do Estado, que precisam ser inseridas em programa sério e responsável de governo, com a competência capaz de empreender políticas amplas e gerais, observada a abrangência que tenha por objetivos exclusivamente o desenvolvimento socioeconômico do país.
Convém que os eleitores decidam sobre a continuidade e a consolidação de políticas em benefício de causa exclusivamente social, que tem execução restrita a uns poucos brasileiros, em especial a classe mais pobre da população, em forma da sustentação do questionável socialismo, ou a adesão às medidas com o cunho da austeridade administrativa e viés visivelmente impopulares, mas de extrema utilidade para o indispensável equilíbrio fiscal, que servirá de alicerce sólido para a tão sonhada retomada do desenvolvimento econômico e da construção de nação mais justa e próspera.
É evidente que os políticos responsáveis e com maior consciência cívica têm parcela importante nessa nova fase em que se pretende alcançar com as mudanças na representação política, como forma de reverter essa lamentável e arraigada situação em que os homens públicos estão muito mais interessados em solucionar os projetos pessoais do que trabalharem em defesa da sociedade.
Também é muito importante que os políticos responsáveis sejam capazes de disseminar ideias no sentido que o povo precisa ser advertido para se enxergar as vantagens da adoção de medidas de governo necessárias para a economia e outras ações que não se resumam ao sentimento populista de ser, considerando que a nação precisa se desenvolver de forma harmônica e não de maneira capenga, em prejuízo do conjunto das políticas que são indispensáveis ao progresso da nação.
Causa indignação que muitos oportunistas procurem explorar, nas atividades políticas, as aspirações da classe mais pobre e certamente mais desassistida para ofertar o que eles mais dominam em forma de pensamento ideológico, que é solução milagrosa do famoso assistencialismo público, deixando ao deus-dará a solução dos complexos desafios que se apresentam para o país.
A próxima campanha eleitoral se apresenta como o melhor cenário para os brasileiros mostrarem a qualidade e o nível dos seus lídimos representantes e governantes que eles escolheram como os mais preparados para comandarem o país com a cara daquele em que eles pretendem viver.
É importante que os melhores candidatos sejam aqueles que tiverem a dignidade de não prometerem falsas promessas, principalmente não exagerando na ampliação das medidas populistas, tendo o cuidado de mostrar a verdade sobre o Brasil real, com suas mazelas, carências e potencialidades, com a indicação das possíveis realizações em benefício do progresso e do povo, obviamente ante às limitações orçamentárias, porque estes estarão em condições de merecer os votos dos eleitores cônscios do dever cívico, na certeza de que o país desejado para o futuro não se faz com propostas populistas, mas sim com trabalho sério e responsável, fundado em dados realistas que exigem o sacrifício e a compreensão dos brasileiros para as prementes reformas a serem empreendidas. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 10 de janeiro de 2018

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