Como já se torno mera rotina, multidões de venezuelanos
se aglomeram do lado de fora de alguns supermercados de Caracas, esperando a
abertura deles, após o governo do presidente ditador obrigar que os estabelecimentos
reduzissem os preços dos produtos, no tumulto mais recente da crise de escassez
de alimentos do país.
Na linha própria do regime ditatorial, autoridades do
país ordenaram que supermercados reduzissem os preços de produtos aos níveis de
um mês atrás, redundando em redução drástica, em razão da hiperinflação naquele
país, que somente em dezembro último chegou ao patamar de 80%.
Em razão dessa medida arbitrária e sem base legal,
o povo provocou enormes filas do lado de fora dos estabelecimentos, à procura
de alimentos, que têm sido escassos ou simplesmente sumiram das prateleiras.
Em um dos supermercados, centenas de pessoas
incluindo bebês, pensionistas e crianças com deficiências se reuniam em cenas
caóticas.
Na ocasião, ouviram-se gritos de desesperos: "Estamos com fome! Queremos comida!".
Uma
dona de família, de 28 anos, com três crianças pequenas, disse, aflita, que "Na minha casa, não comemos três vezes por
dia. As pessoas estão cansadas. Uma
pessoa que ganha um salário mínimo não pode comprar nem molho de tomate."
O
presidente ditador elevou o salário mínimo este ano, mas com a taxa de câmbio
no mercado negro essa renda representa apenas 2 dólares por mês.
A
moeda venezuelana se enfraqueceu 98 por centro ante o dólar norte-americano, no
último ano.
Além
da fome generalizada, que afeta milhões de pessoas carentes, há enorme escassez
de medicamentos, cujo quadro precário já contribuiu para muitas mortes que
seriam evitáveis, mas a desgraça e o martírio que imperam fortes e principalmente
sobre pessoas mais desassistidas têm tido efeito devastador e desumano, porque
é decorrente do completo e absoluto desprezo do governo irresponsável.
As
longas e intermináveis filas nos supermercados e as pessoas se alimentando de
restos de comida nos lixos são cenas comuns, de verdadeira lástima e desumanidade.
O
governo da tirania não tem dignidade para assumir a degradação humana e prefere
pôr a culpa na oposição, nos Estados Unidos da América e nos empresários pelos
problemas de desabastecimentos, além de afirmar, de forma insana e irresponsável,
que estão travando uma "guerra
econômica" contra seu governo.
Os
críticos e os especialistas apontam como causa da terrível situação atual para os
controles rígidos do câmbio e dos preços, adotados inicialmente há mais de uma
década, além de política econômica mal planejada e pior executada pela
incompetência gerencial.
A
degeneração das estruturas administrativas da Venezuela somente pode ser atribuída
ao próprio presidente ditador, que não possui condições nem competência para
administrar as graves crises generalizadas que grassam na nação; às Forças Armadas,
em conjunto com as autoridades, que permitem que o Estado, completamente
desgovernado, seja comandado por pessoa insana e irresponsável, por ter
conduzido o país à abissal situação de extrema penúria e calamidade, tendo
fechado os olhos para a continuidade da desgraça e do descaminho completamente
contrários aos interesses dos venezuelanos; e, finalmente, ao povo, que escolheu,
nas urnas, o seu presidente e o seu algoz, na pessoa, por certo, do pior nível
administrativo para comandar a nação, cujo resultado somente poderia ser
igualmente o pior possível, na forma como todos harmonicamente merecem, em que
a classe dominante usufruem as benesses próprias do poder, no regime socialista,
e os pobres padecem na crucificação e no martírio terrenos, servindo apenas de
massa de manobra, exatamente como planejado pelos mentores do famigerado
chavismo. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 7 de janeiro de 2018
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