Assessores
do Palácio do Planalto estão se esforçando para evitar conflitos entre o
presidente da República e o presidente do PTB, diante das polêmicas envolvendo
a nomeação da filha dele, que é a deputada federal carioca, para o Ministério
do Trabalho.
Segundo o Blog de um jornalista do G1, o presidente esperava que a própria
deputada desistisse da nomeação para evitar desgaste do próprio nome, mas, como
isso não aconteceu, o Palácio do Planalto decidiu continuar peregrinando na Justiça,
com vistas à solução do imbróglio.
Um
aliado do peemedebista disse que o presidente do PDT é a última pessoa com quem
o mandatário brasileiro deve brigar, porque “Jefferson é um aliado importante, mas como adversário pode causar um
estrago bem maior”. O petebista foi delator do caso do mensalão, em 2005.
Esse caso da nomeação de pessoa, em princípio, sem qualificação
para comandar ministério mostra o nível de desmoralizado da administração do
país, onde o presidente da nação fica literalmente à mercê de político sem caráter,
condenado por corrupção e agora impostor, que mete medo aos assessores
palacianos quanto à possibilidade de ele incendiar as hostes do governo, caso
seja retirada a nomeação em tela.
Por seu turno, a insistir com a nomeação da filha desse
impostor, fica muito clara a troca ou compra de votos do PTB, para aprovação de
projetos de interesse do governo no Congresso Nacional, mostrando a força do
vergonhoso esquema do “toma lá, dá cá”, além do temor de se haver revide na
desistência da questionável nomeação, com possíveis repercussões prejudiciais
aos interesses do governo.
De mais a mais, a manutenção da nomeação da deputada mostra
a que ponto a classe política é corrompível e o pior é que todos aceitam que a degeneração
se consolide entre eles, por entenderem que essa pouca-vergonha faz parte do
jogo político, mas a indignidade precisa ser denunciada e repudiada, em nome da
moralização da administração pública, que não pode continuar sendo comandada
por homens públicos sem dignidade, caráter, responsabilidade e espírito cívico
e patriótico.
É visível que a administração pública atingiu o mais baixo
nível da degradação moral, onde o presidente aceita, com a maior naturalidade,
que bandidos imponham condições para a nomeação de relevante cargo de ministro,
sob pena de haver revide e retaliações, o suficiente para que o presidente do
país baixe a cabeça e permita que a administração pública seja comandada e
dirigida por pessoas sem o mínimo de qualificação nem profissional e muito
menos moral.
Trata-se de pessoas que demonstram apenas preocupação com a
defesa de interesses pessoais e partidários, em detrimento das causas
nacionais, em cristalina demonstração da progressiva corrosão das instituições republicanas,
além da intensificação dos métodos degradantes da inteligência e da intelectual
da população e o pior de todo esse horroroso processo é que não se vislumbra uma
nesga de luz no fim do túnel.
A
degradação moral da gestão pública chegou a tal ponto que o presidente da
República, que tem a obrigação de dar bons exemplos de dignidade e honradez aos
brasileiros, faz aliança com partido que é comandado por pessoa que não merece
a mínima credibilidade, por já ter sido condenado com prisão pela Justiça, em
decorrência de ter se envolvido com organização criminosa que desviava dinheiro
público, no conhecido escandaloso episódio do mensalão, que teve como alvo
principal o PT, o qual, certamente, teria sido o embrião do petrolão.
Fala-se
que o presidente do país teria sido orientado por assessores para evitar
contrariar o presidente do partido que recebeu, como fiel
donatário, o Ministério do Trabalho, que não teve a menor cerimônia nem escrúpulo
de indicar a sua filha para comandá-lo, a despeito de ela ter sido condenada pela
Justiça do Trabalho a indenizar ex-empregado, pelo fato de não ter assinado a
carteira do trabalho dele, que é obrigatório, segundo as normas aplicáveis à
espécie.
Como
se vê, trata-se de aliança tão espúria que o simples rompimento pode ser
doloroso para o mandatário do país, que poderá ser desmoralizado diante de
possíveis ameaças por parte do presidente condenado pelo mensalão.
Tudo
isso demonstra a total degeneração moral do presidente da República, que é
obrigado a manter sua nomeação, cercada de questionamentos, para comandar um dos
ministérios do seu governo pessoa que a Justiça reconhece como incapaz moralmente
para exercer o relevante cargo, sob pena de afrontar, de forma flagrante, o princípio
da moralidade pública. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 10 de janeiro de 2018
Nenhum comentário:
Postar um comentário