Nos
termos do balanço divulgado pela Polícia Rodoviária Federal, o número de mortes
em acidentes nas rodovias federais, somente no feriado de Natal, caiu 30% na
comparação com o mesmo período de 2016, mas mesmo assim houve brutal e
inaceitável total de 79 mortes, ante 113 no ano passado.
O
referido órgão registrou 1.352 acidentes em rodovias federais, no período de 22
a 25 de dezembro, com 1.320 feridos. Do total de registros, 252 foram acidentes
graves, quando resultam em, pelo menos, um óbito ou um ferido gravemente.
Durante
o feriado de Natal, a PRF flagrou 3.539 motoristas realizando ultrapassagens
irregulares e 34.487 dirigindo com excesso de velocidade em rodovias federais
de todo o Brasil. Além disso, 627 motoristas foram multados por dirigir após
ingerir bebida alcoólica e 1.418 foram flagrados sem cinto de segurança.
Entre
os motociclistas, 232 foram multados por pilotar sem capacete e 278 motoristas
foram flagrados transportando crianças sem a cadeirinha.
Ao
todo, 33.133 pessoas e 32.630 veículos foram fiscalizados no feriado de Natal e
19.358 testes de bafômetro foram aplicados.
A
ação de fiscalização da PRF faz parte da Operação Rodovida, que foi criada em
2011, e tem o comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da
PRF.
O
porta-voz da operação disse que, em que pese a boa notícia sobre a queda no
total de mortes, os acidentes fatais poderiam ser evitados, porque são
resultado principalmente de excesso de velocidade, ultrapassagens indevidas,
consumo de álcool ao dirigir, falta de equipamentos de segurança e de falta de
atenção, porque “São condutas evitáveis.
A gente tem um rol muito grande de mortes que poderiam ser evitadas com mudança
de atitude”.
A
Operação Rodovida continuará até o dia 18 de fevereiro e, segundo o porta-voz
da PRF, ela “Seguirá no fim de ano,
durante as férias escolares e até o Carnaval, períodos com fluxo mais intenso
nas estradas”.
Não
e nada animador se saber que houve queda na quantidade de mortes nas estradas,
quando se sabe que grande parte delas é causada também pelas precariedades das
rodovias, em termos de asfaltamento em estado deficiente, esburacamentos, falta
de sinalização e quando tem é desatualizada, e principalmente de controle e
fiscalização pelos órgãos incumbidos da prevenção, medidas estas que certamente
evitariam milhares de mortes e ainda pouparia o sofrimento de muitas famílias,
exatamente no momento de festas e alegrias, que são encobertadas por tristezas
e saudades pelas injustificáveis perdas de entes queridos.
Pode-se
até se festejar a diminuição de mortes, porque as estatísticas não foram tão
funestas como nos anos anteriores, mas é muito importante que o governo e os
órgãos incumbidos de cuidar das políticas de transportes, incluídas as estradas
tenham o dever, ante a obrigação institucional, de adotar urgentes medidas no
sentido de prevenir tantos acidentes, com vistas não somente a diminuição das
mortes, mas sim se evitar que elas continuem a acontecer, porque não há a menor
dúvida de que a omissão e o descaso das autoridades governamentais são responsáveis
por perdas de vidas importantes.
É
evidente que não se pode excluir a responsabilidade dos motoristas, porque
muitos dos quais são extremamente imprudentes e irresponsáveis, que poderiam
ser mais atenciosos se houvesse mais controles e melhoria das estradas, até
mesmo por meio de sinalização chamando a atenção para os cuidados e os graves
perigos para os usuários, que precisam redobrar os sentimentos de zelo tanto
pela própria vida, pela integridade da família, por vidas alheias, bem assim
pelos bens materiais, no caso, os veículos que se envolvem em acidentes, muitos
dos quais evitáveis se houvesse um pouco mais de atenção nas estradas.
Os
acidentes fatais nas estradas nacionais causaram a sentida perda de quase 80
pessoas, somente no feriado do Natal, e isso é mais do que suficiente para que
as autoridades públicas comecem imediatamente estrondosa revolução para a
viabilização de medidas prioritárias, no sentido de se minimizar ao extremo
essa brutal situação que condiz com a exata omissão por parte do governo.
Urge
que haja priorização nos investimentos voltados para a fiscalização e a
melhoria das condições e estruturas das rodovias e estradas, como importante
contribuição para se evitar acidentes, porque, além das mortes contabilizadas,
existe o registro de nada mais nada menos 1.320 feridos, sendo que muitos em estado
gravíssimo e outros nem tanto, mas tudo tem enorme reflexo nos prontos socorros
dos hospitais, que precisam, em muitos casos, priorizar atendimentos aos
feridos graves, com notório sobrecarga aos serviços médico-hospitalares, além do
aumento do ônus para o já falido Sistema Único de Saúde. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 2 de janeiro de 2018
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